Por Alinny Karen Bachi Rehbein Vilela
Primeiro a gente pisa descalço no chão sagrado, sente o perfume do incenso, a luminosidade bruxuleante das velas.
Então nos é indicado um banquinho em frente à entidade. Pode ser um vovô ou uma vovó, não importa, as sensações são as mesmas.
Aspiramos a fumaça do cachimbo, sentimos um cheiro de erva, será arruda? Talvez alfazema?
Neste momento, ouvimos umas palavras simples e acolhedoras que nos transmitem muito amor , desta forma, seguros de que ali se encontra uma pessoa de confiança e muita sabedoria, abrimos nosso coração e despejamos ali mesmo todas as nossas angústias, receios, dúvidas.
As mãos se movimentam limpando nosso corpo espiritual de todas as mazelas.
A boca murmura rezas em línguas há muito tempo faladas, sons que confortam nossos corações.
Após uma benção cheia de axé, nos despedimos com o coração leve, o espírito limpo, a mente reconfortada e a alma tranquilizada.
Levamos na mente e no peito, o ponto de despedida na certeza de sermos atendidos: “quando correr sua gira vovô, passa no meu casuá e leva toda quizila vovô, para o fundo do mar…”
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