Aos 3 anos, menino bilíngue com QI 138 surpreende professores: “Aprendeu sozinho”, diz mãe

Desde a mais tenra idade, Filippo sempre demonstrou ser diferente em relações às outras crianças.

“Com 1 ano e meio, notei que ele ficava muito tempo concentrado em uma atividade, observando as cores, raciocinando. Nessa época, ele já enfileirava bloquinhos perfeitamente”, contou a jornalista e mãe solo Roberta Castro, moradora da capital paulista.

Conforme crescia, o menino não parou de se desenvolver intelectualmente. “Aos 2 anos, ele já falava absolutamente tudo, tinha um verbal fantántisco. Com 2 anos e 10 meses, ele já estava lendo palavras como ‘casa’ e sabia todos os números de 1 a 100. Em seguida, ele começou a assistir desenhos em inglês e, com 3 anos e meio, já falava a língua (veja vídeo no fim da reportagem)”, revelou Roberta, que afirma que o teste de QI de Filippo deu 138 (70% mais do que a média das crianças de sua idade).

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Ao descobrir que o filho é superdotado, a mãe precisou de ajuda para adaptar o menino à escola.

“Quando peguei o diagnóstico, voltei chorando no carro. Sou mãe solteira, trabalho muito e me perguntava como daria conta. Ele se tornaria uma criança muito difícil de conviver em sociedade se não tivesse todo esse trabalho e apoio”, afirmou.

Confira o depoimento de Roberta à Revista Crescer na íntegra:

“Eu comecei a perceber que ele era diferente depois que ele completou um ano de idade. Até então, ele sempre se desenvolveu nos períodos certos. Ele sempre foi uma criança saudável, alegre, normal. Andou com 1 ano e 1 mês e a dentição até começou depois de um ano. Quando ele fez 1 ano e 4 meses, notei que ele se concentrava muito em cada brinquedo. Ele ficava olhando, observava, reparava as cores, analisava para ver como funcionava, colocava uma coisa em cima da outra… Eu chamava ele, e ele não me olhava. Ele só me dava atenção quando conseguia ‘resolver o problema’ dele. Com cerca de 1 ano e meio, ele já enfileirava bloquinhos perfeitamente. Às vezes, montávamos meio bagunçado, mas ele ia lá e arrumava.

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Ele sempre adorou quebra-cabeças e brinquedos educativos, que instiguem a memória, o raciocínio e a lógica. Carrinho e bola nunca chamaram a atenção dele. Quando fez 2 anos, ele já falava absolutamente tudo, tinha um verbal fantántisco. Por outro lado, não tinha boa coordenação motora, que, até hoje, continua não sendo o forte dele. Nessa época, ele também começou a se interessar pelas letras. Então, eu comprei letrinhas em EVA e ele memorizou todo o alfabeto e os números de 1 a 10. Com 2 anos e 4 anos, ele já era capaz de ler as placas dos carros.

Quando ele fez 2 anos e 10 meses, já lia palavras simples como “casa” e sabia todos os números de 1 a 100. No entanto, como era meu único filho, eu não tinha parâmetro de comparação, então, eu fazia ‘vista grossa’. Quem me alertou que ele era diferente foi uma grande amiga, depois que eu postei um vídeo dele nas redes sociais. Com 3 anos, eu comecei a ficar preocupada, pois planejávamos colocá-lo na escolinha e, a essa altura, ele já sabia falar tudo em português e inglês. Sobre línguas, eu era péssima em inglês. Inclusive, tive que voltar a fazer aulas por causa do Filippo. Então, não foi algo que estimulei. Com 2 anos, o pai dele colocou alguns desenhos em inglês para ele assistir e ele gostou tanto que pedia pra ver mais. Em pouco tempo, já estava falando palavras e, em seguida, frases.

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Nessa época, então, conversei com a pediatra e ela nos encaminhou a uma neuropediatra. Tentei fazer a adaptação dele em uma escola, mas não deu certo. Ele ficou quase 2 meses chorando, pois não queria ir. Ele terminava todas as atividades muito rapidamente, ficava enteadiado e queria ir embora. Nada satisfazia ele. Em seguida, veio a pandemia e as escolas fecharam. Então, em casa, comecei a comprar brinquedos educativos para entretê-lo, mas comecei a me sentir muito cansada, como se tivesse criando duas crianças e percebi que precisava de ajuda. Eu não tinha certeza, não tinha um diagnóstico. Enquanto eu trabalhava em home office, desesperada, e ele ficava ao meu redor fazendo perguntas em inglês. Por orientação de uma amiga, publiquei um artigo em um site contando sobre Filippo e pedindo ajuda. Foi, então, que algumas pessoas começaram a me procurar.

Eu não sabia qual escola procurar e não tinha recursos suficientes para pagar por uma escola bilingue. Nessa época, ele já estava fluente no inglês. Então, uma escola entrou em contato dizendo que que estava disposta a trabalhar com crianças com esse perfil. Ganhamos uma bolsa, fizemos reuniões e ele traçaram um planejamento. Foi a maior vitória de toda a minha vida! Filippo começou em setembro do ano passado e, desde então, tem sido fantástico. Demorou apenas uma semana pra se adaptar. Estão trabalhando as dificuldades dele, como subir escadas, e ajudando a desenvolver ainda mais suas habilidades. Ele é uma criança que sempre quer ditar as regras, tem que ser tudo do jeito dele, e isso precisava ser trabalhado. Na escola, ele está aprendendo a lidar com as frustrações. E o que muda, na sala de aula, é o grau de dificuldade, mas ele faz as mesmas atividades que as outras crianças. Mas em vez de 2×2, ele faz 73×5.

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Paralelo a isso, a neuropsicóloga fez o teste de QI. Foram diversas sessões com diferentes profissionais e, por fim, foi uma avaliação de 24 páginas, com todos os pontos dele: altos e baixos. Ele pontuou 138, quando o normal seria de 80. As áreas fortes dele são memória (80% maior do que o normal) e raciocínio lógico. A memória dele é realmente fantástica. Quando ele tinha 11 meses, o levei para assistir ao show da Luna. Recentemente, ele passou na frente do local e lembrou. Ele não esquece de nada. Se pegar qualquer brinquedo e perguntar quem deu, ele sabe.

Logo depois, também conseguimos o apoio da empresa Poppins, de educação domiciliar infantil. Em vez uma babá para cuidar dele, recebemos a visita de uma profissional em educação que o estimula no contraturno escolar, é uma espécie de extensão da escola, mas em casa. Ele sai da aula às 15h e, duas vezes por semana, às 16h, essa pessoa fica com ele até 18h30. Eles brincam de dominó, constroem objetos e se divertem. Isso me ajudou muito. Pois, quando ele chegava da escola, queria que eu o ajudasse a montar um robô de papel higiênico, mas eu precisava trabalhar. Com esse trabalho multidisciplinar, tem sido muito bom, percebo que ele está feliz, desenvolvendo muito mais suas capacidades, aprendendo a dividir e sendo uma criança normal, mas com as habilidades dele.

Além do Filippo, eu também faço acompanhamento, pois existe essa questão da expectativa, de não conduzir ele para algo, achando que ele será engenheiro ou vai trabalhar na Nasa. Ele precisa ser livre para escolher o que ele vai querer fazer. Eu quero apenas que ele seja feliz. Então, a minha mensagem para os pais é que levem a sério qualquer anormalidade do seu filho, tenha empatia, pois, como pais, temos o dever de ajudar e contribuir com a vida deles. Não fechem os olhos para o diagnóstico. Identifique a diferença e busque ajuda. Eu consegui ajuda. Quando peguei o diagnóstico, voltei chorando no carro. Sou mãe solteira, trabalho muito e me perguntava como daria conta. Mas preciso fazê-lo feliz, então, não desisti. Peça ajuda para quem está perto, seja a escola, um amigo… converse com as pessoas, se abre e busque orientações”, disse.

Saiba mais assistindo ao vídeo abaixo:

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Fonte: Crescer

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.