Como identificar um namorado abusivo (continuação)

PARTE 3 – Reconhecendo abusos físicos

1 – Compreenda que os abusos físicos podem não acontecer imediatamente. Os relacionamentos abusivos nem sempre começam fisicamente abusivos. Na maioria dos casos, eles podem parecer “bons demais para serem verdade”, como se o parceiro fosse uma pessoa maravilhosa. Todos os tipos de abuso pioram com o tempo; se uma pessoa está disposta a abusar de você de um modo, é provável que ela não pare por aí.[21]

A violência física também pode surgir em um padrão cíclico. Normalmente existem períodos de calma, onde a pessoa pode se esforçar para tratá-la bem. Os períodos de tensão começam a aumentar com o tempo, causando um incidente abusivo. Após o problema, a pessoa pode pedir desculpas e prometer mudar, mas é muito provável que o ciclo se repita.[22]

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2 – Reconheça que um incidente já é demais. Não há um nível aceitável de violência. Uma pessoa abusiva pode se desculpar dizendo que ficou “nervosa” ou culpando a violência no álcool ou nas drogas, mas não há necessidade alguma de usar a violência para se expressar. Caso seu namorado haja de modo violento, ele precisa de ajuda profissional.[23]

Uma pessoa não simplesmente “fica” violenta ao beber. Caso seu namorado culpe o álcool pelo comportamento abusivo, ele está apenas procurando uma desculpa para não se responsabilizar por suas ações.[24]

Utilizar a violência para expressar emoções é um sinal de que a violência pode piorar no futuro. Caso seu namorado fique violento em qualquer época, pense bem se não é melhor sair desse relacionamento.

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3 – Pense se você se sente segura perto dele. Os ânimos costumam se exaltar em relacionamentos saudáveis, isso é normal e humano. Apesar disso, pessoas que se amam e respeitam nunca machucam ou ameaçam umas às outras, mesmo quando nervosas. Se não se sente segura perto de seu namorado, é provável que ele seja abusivo.[25]

Os indivíduos transgêneros e em relacionamentos não heterossexuais também podem sofrer ameaças para que se “revelem” para comunidades, familiares e amigos por um parceiro abusivo. Isso é um comportamento abusivo.[26]
Algumas pessoas abusivas ameaçam se machucar a menos que você faça o que querem. Esta também é uma forma de abuso.

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4 – Aprenda a reconhecer outros tipos de abuso físico. Chutar, enforcar, bater e estapear são formas óbvias, mas existem outras formas de violência física com as quais você pode não estar familiarizada, incluindo:[27][28]
Destruir suas coisas, como quebrar celulares e chaves.
Negar necessidades básicas, como comida e sono.
Prendê-la fisicamente sem seu consentimento.
Evitar que você saia de casa, vá ao hospital ou impedir que chame a emergência.
Ameaçá-la com uma arma.
Expulsá-la de casa ou do carro.
Abandoná-la em ambientes estranhos ou perigosos.
Abusar dos outros, como seus filhos ou animais de estimação.
Dirigir perigosamente com você no carro.

COMO LIDAR COM O ABUSO

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Compreenda que o abuso nunca é sua culpa. Há uma compreensão errada na sociedade de que a vítima de abuso “merece” ele. Por exemplo, quando Chris Brown bateu na Rihanna, muitas pessoas acreditaram que ela tinha feito algo para “merecer” isso. Não importa o que você fez ou deixou de fazer; ninguém merece ser abusada. O abuso sempre é culpa da pessoa que o comete.[29]

Isso não vale apenas para o abuso físico. Todos devemos ser tratados com dignidade e gentileza.

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Denuncie a violência doméstica. Os telefones emergenciais podem ajudar qualquer pessoa que acredite participar de um relacionamento abusivo. Os profissionais treinados podem ouvi-la e ajudá-la a pensar em soluções para sua situação.[30]

Ligue para o número 180 para entrar em contato com a Central de atendimento à Mulher. A linha direta, que funciona sob amparo da Lei Maria da Penha, serve para acolher denúncias e ajudá-la.

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Converse com uma pessoa de confiança. Um pai, um psicólogo ou uma pessoa de sua igreja, não importa. O importante é encontrar alguém que a ouça sem julgamentos e que ofereça apoio.[31]

Largar um relacionamento abusivo pode ser perigoso. Converse com pessoas que possam ajudá-la e apoiá-la para não enfrentar a situação por conta própria.

Pedir ajuda não é sinal de fraqueza nunca. É um sinal de que você é forte o suficiente para fazer o que é saudável para você.

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Procure abrigo. Caso sinta-se em perigo imediato, afaste-se o quanto antes de seu namorado. Entre em contato com amigos ou familiares e peça para se hospedar com eles por um tempo. Entre em contato com uma agência de violência doméstica local para encontrar um abrigo próximo. Se precisar, entre em contato com a polícia; não fique em um ambiente onde continuará sendo abusada.[32]

Se foi abusada física ou sexualmente, entre em contato com a polícia e procure atenção médica imediata.[33]
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Construa uma rede de apoio forte. É muito difícil superar um relacionamento abusivo, pois os parceiros costumam afastar as mulheres de amigos e entes queridos. Um ex-namorado abusivo pode deixá-la sentindo-se assustada, sozinha e indigna de amor. Reconstrua redes de apoio que a ajudem a reconhecer que é uma pessoa incrível digna de respeito e carinho.[34]

Participe de atividades e clubes extracurriculares na escola.

Sirva à comunidade como combatente de relacionamentos abusivos. Muitas escolas e centros comunitários têm programas que ajudam a educar os outros sobre abusos em relacionamentos. Se não há uma opção dessas por perto, comece uma!
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Honre-se. O abuso frequente pode fazer com que o cérebro o aceite como “natural” ou verdadeiro. Lembre-se de que as coisas ditas pelo namorado abusivo não eram verdade. Caso se pegue pensando coisas negativas, pare e desafie os pensamentos. Procure coisas positivas para dizer para si mesma, tentando reformular os comentários negativos de modo positivo.[35]

Por exemplo, você pode se pegar pensando coisas negativas sobre sua aparência, principalmente se o seu namorado costumava criticá-la. Mude de foco para encontrar coisas que ama e admira em si mesma. Isso pode parecer “brega” ou “bobo” no começo, mas mude o modo de pensar para superar os traumas do abuso.

Ao se pegar generalizando — como ao dizer coisas como “Eu sou um fracasso” —, procure pela lógica por trás do pensamento; é bem provável que não haja uma. Caso haja um problema real, foque-se em questões específicas e pense em modos de controlá-las: “Eu passei mais tempo vendo TV hoje do que deveria e não fiz a lição de casa. Amanhã farei primeiro a lição e então poderei ver TV sem sentir culpa”.

Reconheça as pequenas conquistas. As pessoas que sofrem abusos acabam sentindo-se inválidas. Separe um tempo para reconhecer suas conquistas, mesmo as pequenas.

Referências:
20 – ↑ http://www.plannedparenthood.org/learn/stds-hiv-safer-sex/safer-sex
21 – ↑ http://www.thehotline.org/is-this-abuse/abuse-defined/
22 – ↑ http://www.ncadv.org/need-support/what-is-domestic-violence
23 – ↑ http://stoprelationshipabuse.org/educated/types-of-abuse/physical-abuse/
24 – ↑ http://www1.umn.edu/humanrts/svaw/domestic/link/alcohol.htm
25 – ↑ http://www.justice.gov/ovw/domestic-violence
26 – ↑ http://www.helpguide.org/articles/abuse/help-for-abused-men.htm
27 – ↑ http://www.thehotline.org/is-this-abuse/abuse-defined
28 – ↑ http://stoprelationshipabuse.org/educated/types-of-abuse/physical-abuse/
29 – ↑ http://teens.webmd.com/boys/features/abusive-relationship-and-teens?page=2
30 – ↑ http://www.thehotline.org/help/what-to-expect-when-you-contact-the-hotline/
31 – ↑ http://www.pamf.org/teen/abc/unhealthy/abusiverelationships.html
32 – ↑ http://www.pamf.org/teen/abc/unhealthy/abusiverelationships.html
33 – ↑ http://kidshealth.org/teen/your_mind/relationships/abuse.html#
34 – ↑ http://kidshealth.org/teen/your_mind/relationships/abuse.html#
35 – ↑ http://psychcentral.com/lib/challenging-negative-self-talk/






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