Pessoas deixam tudo para trás e até vendem carros acreditando no fim do mundo amanhã

Nos últimos dias, um vídeo de um pastor sul-africano reativou um velho medo coletivo — e, desta vez, o efeito saiu das telas. Gente demitindo-se por conta própria, outros se desfazendo do carro e uma enxurrada de publicações no TikTok com contagem regressiva para o “arrebatamento”.

A faísca veio de Joshua Mhlakela, que associou a data de 23 e 24 de setembro a um suposto retorno de Cristo e a um abalo mundial. O assunto explodiu e virou até rótulo na rede: “RaptureTok”.

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A profecia que viralizou

Em entrevista ao canal CENTTWINZ TV, Mhlakela disse que Deus “resgataria os cristãos” nessas datas, que coincidem com o Rosh Hashaná (Festa das Trombetas). Ele descreveu um cenário de julgamento e transformação da Terra, e cravou que “o arrebatamento está próximo”. O conteúdo correu as timelines e alimentou diferentes reações — da devoção ao humor ácido.

A onda não ficou só em posts. Há relatos de pessoas pedindo demissão e vendendo bens com a lógica de que, se “o fim” é iminente, manter carro, roupas ou emprego perdeu o sentido.

O criador de conteúdo Tilahun Desalegn, por exemplo, anunciou a venda de seu veículo de cinco anos e explicou que “não precisaria dele depois de setembro”, porque “estaria indo para casa, no céu”. A repercussão foi tanta que ele prometeu gravar um pedido público de desculpas se nada ocorrer até 25 de setembro.

TikTok, medo e entretenimento

Enquanto uns organizam “kits pós-arrebatamento” para quem ficaria na Terra, outros ironizam: “Em que fuso horário isso começa?”, lembrando que o planeta tem 24 fusos principais (e mais alguns de meia hora).

O debate, entre crentes e céticos, virou combustível para engajamento — hashtags, vídeos de reação, depoimentos emocionados e piadas convivem no mesmo feed.
Misterios do Mundo

O que está por trás do fenômeno

Profecias apocalípticas encontram terreno fértil quando combinam três elementos: uma datação específica (gera urgência), um ritual simbólico conhecido (neste caso, uma festa religiosa) e um megafone tecnológico (as plataformas sociais).

O resultado é um ciclo rápido de crença, pressão do grupo e tomada de decisão impulsiva — que vai de mudanças de rotina a escolhas financeiras difíceis.

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E depois do “dia seguinte”?

Mesmo entre os entusiasmados, já há quem preveja a ressaca: se nada acontecer, vídeos de retratação e promessas de silêncio sobre o tema devem surgir. Até lá, o assunto continua rendendo visualizações, debates e — para alguns — mudanças de vida que talvez sejam impossíveis de desfazer.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.