“Um mar de foguinhos” – texto de Eduardo Galeano

“Um homem do povo de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir ao alto do céu e na volta contou:

Disse que tinha contemplado, lá de cima, a vida humana. E disse que somos um mar de foguinhos.

O mundo é isso, revelou: um montão de gente, um mar de foguinhos.

Não existem dois fogos iguais. Cada pessoa brilha com luz própria, entre todas as outras.

Existem fogos grandes e fogos pequenos, e fogos de todas as cores.

Existe gente de fogo sereno, que nem fica sabendo do vento, e existe gente de fogo louco, que enche o ar de faíscas.

Alguns fogos, fogos bobos, não iluminam nem queimam

Mas outros…

Outros ardem a vida com tanta vontade que não se pode olhá-los sem pestanejar, e quem se aproxima se incendeia”

Crônica extraída do Livro dos Abraços, do Eduardo Galeano.

Abaixo, quem declama é Áquila Emanuelle. Vale muito Seguir o Canal:

Imagem de Peter H por Pixabay






Uma revista a todos aqueles que acreditam que a verdadeira paz é plural. Àqueles que desejam Pazes!