
O governo paulista quer acelerar a recuperação das cidades atingidas pelo temporal de segunda (22) com mão de obra de detentos do regime semiaberto. A proposta foi apresentada por Tarcísio de Freitas (Republicanos) em reunião nesta terça (23) com prefeitos e representantes de 56 municípios no Palácio dos Bandeirantes.
Pelos termos discutidos, presos atuariam na limpeza urbana e na remoção de resíduos deixados pelas tempestades — de galhadas e árvores caídas a entulho em vias públicas.
A execução depende de autorização do Judiciário e é articulada com a Secretaria da Administração Penitenciária. Cajamar, a cidade em pior situação, já obteve liberação e começou a receber o reforço. A quantidade de internos escalados não foi informada.

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Segundo o coronel Henguel Ricardo, coordenador da Defesa Civil estadual, o emprego dos detentos é “recurso adicional” para restabelecer serviços com mais rapidez. Ele afirmou que, ainda pela manhã, o governador determinou o início das tratativas e que o “pronto emprego” em Cajamar já está autorizado.
Os números dimensionam o impacto do mau tempo: a Defesa Civil registrou 33 ocorrências (vendavais, destelhamentos, quedas de árvores, desabamentos e colapso de estruturas).
Ao todo, 24 feridos, 8 desabrigados e 33 desalojados foram contabilizados — sem mortes ou desaparecidos. O Corpo de Bombeiros atendeu, entre 0h e 18h de segunda, 792 chamados para quedas de árvores, 27 para desabamentos e 21 para enchentes em todo o estado.
Além da força-tarefa com detentos, o plano de apoio do governo inclui orientação técnica para que prefeituras decretem situação de anormalidade e acelerem acesso a recursos; acionamento de serviços emergenciais (como transporte de pacientes de hospitais afetados); fornecimento de telhas para imóveis danificados; e envio de geradores para restabelecer energia em pontos críticos.
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O gabinete de crise também cobrou resposta de concessionárias de energia para acelerar reparos. A Sabesp foi acionada porque a falta de energia interrompeu o abastecimento de água em locais específicos. A Arsesp acompanha as distribuidoras em cooperação com a Aneel.
A proposta de empregar mão de obra prisional em tarefas de limpeza pública após desastres divide avaliações entre gestores e entidades: há quem veja agilidade e redução de custos, e há quem aponte risco de exploração e necessidade de garantias sobre segurança, remuneração e direitos trabalhistas previstos na legislação para internos do semiaberto.
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