
O que parecia ser apenas mais uma denúncia de rotina feita por um vizinho em Oviedo, na Espanha, acabou revelando um cenário perturbador: três irmãos viviam completamente isolados dentro de casa há cerca de quatro anos.
O motivo? Os pais, um casal alemão, seguiam à risca protocolos de isolamento que já não eram mais recomendados — e, ao que tudo indica, levavam isso a um extremo perigoso.
Segundo os investigadores, foi a ausência das crianças na escola e o silêncio constante vindo da residência que acenderam o alerta. Apenas o pai, de 53 anos, era visto de vez em quando, saindo rapidamente para buscar compras e correspondências.
Leia também: Documentário sombrio do Prime Video revela segredos enterrados por décadas — e está viralizando
A partir disso, a polícia iniciou uma investigação discreta, observando por semanas antes de agir. Quando os agentes finalmente entraram no imóvel, encontraram um ambiente completamente degradado.
Dentro da casa, o que os policiais viram foi descrito como uma cena de negligência severa. O espaço estava coberto de sujeira, havia pilhas de lixo e remédios por todos os lados, além de inúmeras máscaras descartáveis espalhadas.
As crianças — gêmeos de 8 anos e a irmã mais velha, de 10 — usavam várias máscaras no rosto, colocadas apressadamente pela mãe assim que a polícia bateu à porta. Ela insistia que os filhos estavam gravemente doentes e pediu que os agentes mantivessem distância.
Mas o que mais impressionou não foi o estado da casa, e sim o comportamento das crianças. No momento em que foram levadas para o jardim, demonstraram fascínio com o simples contato com a grama.
Ficaram encantadas ao ver um caracol e respiravam fundo, como se o ar do lado de fora fosse uma novidade. Uma das equipes envolvidas no resgate disse que as reações eram típicas de quem esteve privado de qualquer experiência sensorial natural por tempo demais.
Dentro da residência, havia sinais claros de uma realidade distorcida. Apesar da idade, os irmãos ainda dormiam em berços adaptados e tinham brinquedos que mais pareciam artefatos de filme de terror — bonecos deformados e monstros improvisados.
O ambiente era abafado, escuro e com forte odor, o que fez as autoridades classificarem a casa como potencialmente perigosa para a saúde.
Mesmo sem sinais de desnutrição, as crianças estavam visivelmente afetadas. Além de estarem sujas, apresentavam um comportamento que indicava profundo isolamento e falta de convivência social. “Elas não só estavam fora da escola, mas completamente desligadas do mundo”, relatou um dos policiais.
O casal, agora sob prisão preventiva, alegou sofrer de uma condição conhecida como “síndrome pós-COVID”, que teria provocado um medo desproporcional de contaminação. A explicação, no entanto, não foi suficiente para justificar o confinamento imposto aos filhos.
O chefe da polícia local, Javier Lozano, afirmou que a pandemia gerou diferentes reações psicológicas, mas que nenhuma delas pode ser usada como desculpa para violar os direitos mais básicos de uma criança.
Atualmente, os irmãos estão sob os cuidados de um centro de acolhimento e passam por avaliação médica e psicológica. Os primeiros exames indicam que, apesar do trauma, não apresentam doenças físicas graves.
A investigação continua em andamento, e o caso reacende a discussão sobre os efeitos colaterais da pandemia, especialmente no que diz respeito à saúde mental e aos limites do cuidado parental.
Leia também: Filme inspirador na Netflix para assistir no fim de semana vai recarregar suas energias
Compartilhe o post com seus amigos! 😉