O QI da humanidade está caindo pela 1ª vez em décadas e os cientistas não sabem porquê

Estamos vivendo em uma época em que o acesso ao conhecimento e aos fatos está ao nosso alcance. Podemos usar nossos telefones e computadores para nos educar, mas há algo errado. Em vez de ficarmos mais inteligentes, nossos QIs estão caindo. A ciência está procurando respostas sobre por que não estamos ficando mais inteligentes.

Ao longo do século 20, os cientistas notaram que o QI da humanidade estava subindo. Os humanos estavam se tornando cada vez mais espertos o tempo todo. Esse aumento na pontuação média de QI ficou conhecido como Efeito Flynn.

O Efeito Flynn é um fenômeno que descreve um boom de inteligência que ocorreu ao longo do século 20. A cada década, relata o Techs Times, a média de inteligência medida aumentou cerca de três pontos.

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Os especialistas acreditavam que esse aumento impressionante se devia a uma melhor educação, melhor nutrição e melhores cuidados de saúde. Mas então algo aconteceu. Um novo estudo descobriu que o Efeito Flynn parece ter acabado agora.

Durante um estudo recente, uma equipe de pesquisadores do Ragnar Frisch Center for Economic Research da Noruega analisou 230.000 resultados de QI de homens que ingressaram no serviço nacional entre 1970 e 2009. A equipe descobriu que, para cada geração, a pontuação caiu cerca de sete pontos em média.

Isso não significa exatamente que estamos ficando mais burros. Mas isso não impediu que muitos especialistas considerassem os resultados do estudo norueguês incrivelmente preocupantes para a humanidade.

Stuart Ritchie, da Universidade de Edimburgo, que não esteve envolvido no estudo, disse ao Tech Times: “Esta é a evidência mais convincente até agora de uma reversão do efeito Flynn. Se você assumir que o modelo deles está correto, os resultados são impressionantes e bastante preocupantes.”

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O pesquisador de Londres, Edward Dutton, encontrou resultados semelhantes durante suas décadas de pesquisa. Ele descobriu que em vários países ocidentais – incluindo Alemanha e França – o QI médio caiu.

Participou do documentário Tomorrow, Everyone’s an Idiot? onde ele afirmou: “Estamos nos tornando mais estúpidos. Está acontecendo. Não vai desaparecer, e temos que tentar pensar sobre o que vamos fazer sobre isso.”

Vivemos em um mundo onde temos todos os tipos de conhecimento ao nosso alcance. Temos fácil acesso aos fatos e podemos nos educar com alguns cliques simples em nossos telefones e computadores. Então, por que isso está acontecendo?

Outras pesquisas sobre a queda do QI descobriram que isso não tem a ver com a genética. Em todo o espectro familiar, os QIs em todos os lugares estão caindo, transformando isso em um problema mais natural, não de criação.

Os pesquisadores do estudo explicaram: “As tendências não se devem a uma mudança na composição das famílias e que há, no máximo, um papel menor para explicações envolvendo genes (por exemplo, imigração e fertilidade disgênica) e fatores ambientais amplamente fixados dentro das famílias (por exemplo, educação dos pais, efeitos de socialização de pais com baixa capacidade e tamanho da família). Sua influência é insignificante em comparação com outros fatores ambientais.”

O blogueiro e economista da Marginal Revolution, Tyler Cowen, disse à Inc: “Em outras palavras, começamos a construir um ambiente mais indutor de estupidez”. Mas os cientistas ainda estão lutando para encontrar a causa.

Algumas pessoas tentaram transferir a culpa para a tecnologia e como nos tornamos tão dependentes dela. Mas essa teoria foi derrubada desde que o declínio começou na década de 1970.

Também pode ter a ver com o fato de que as pessoas estão lendo menos hoje em dia e, em vez disso, preenchendo seu tempo absorvendo mais “mídias inúteis”. E a qualidade da educação vem caindo muito rapidamente.

Outro problema pode ser que os testes de QI estejam meio desatualizados. Eles tendem a medir nossa inteligência cristalizada – todas as coisas que aprendemos e lembramos – e a educação evoluiu e não se concentra tanto na memorização agora. Os cientistas ainda estão trabalhando duro para descobrir o motivo exato.






Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.