Por Nara Ribeiro
Inicio essa reflexão sobre a missão do Cristo citando um escritor português que se dizia ateu: José Saramago. Certa vez, esse notável escritor registrara: “Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia”.
Se existe algo certo na biografia do Cristo é que ele não possuía um coração de ferro. O coração de Jesus, assim como o de Saramago, sangrava todos os dias.
Não consigo vê-lo como um rígido e ríspido condutor de um rebanho, mas como amoroso irmão mais velho, que acolhe e abraça, exorta e aconselha. Que quebra barreiras sociais, que se sobrepoe a regras, dógmas, rituais e preceitos vazios, convidando-nos a nos voltarmos para as nossas essências e a vivenciarmos de forma verdadeira o nosso apostolado de paz no exercício do amor.
Jesus não fundou uma religião: não estava interessado em hierarquias e ritos. Ele queria que o humano olhasse o outro humano como humano e nele visse a face perfeita de Deus. A criatura a refletir, de modo precário e ínfimo, a beleza, a infinita ternura do Criador.
Aquele que não vê o humano como humano, aquele que não consegue ver no outro (em qualquer outro) uma extensão de si mesmo, ainda não compreendeu a mensagem do Cristo.
Nestes tempos em que a insensibilidade ganha holofotes e legiões se apequenam, apregoando dizeres que destoam do amor e da misericórdia, que os nossos olhos se voltem para Aquele que estendia a mão para publicanos e pecadores. Que se condoía dos fracos e excluídos. Que se ocupava de matar a fome e a sede de outros. Que foi o Mestre Maior da empatia. Não existe forma mais ostensiva de negar o Cristo que renegando a sua essência de amor.
Assim saiba, meu amigo: se o seu coração hoje sangra, eis um forte indício de que você é verdadeiramente um cristão. Os aprendizes do Cristo já não podem possuir um coração de ferro. Sangremos, pois. Sagremos juntos. Irmanados…
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