Com informações de G1
Marcelo Salviano Souza e Eliane Aparecida Silva, ambos surdos, aguardavam ansiosamente a chegada de Paulo, o terceiro filho do casal. Para garantir que a experiência dos dois fosse a melhor possível durante o parto, a equipe médica do hospital Materno-Infantil em Marília, SP, tomou uma decisão inovadora e exemplar, do ponto de vista da garantia da inclusão social de pessoas deficientes: convocou uma intérprete de Libras para participar do parto.
A presença de Luci Mayer Fiorentino, a intérprete, garantiu a comunicação entre os pais e a equipe médica durante o parto (recurso de cujo emprego não se tem notícias que já tenha sido empregado em outros partos semelhantes) mas, mais que isso, fez com que a emoção tomasse conta tanto dos pais quanto dos profissionais ali presentes, para os quais aquele que seria apenas mais um trabalho de parto se tornou uma experiência e tanto.
Edson Oliveira Miguel, o médico responsável pelo parto, em entrevista ao G1 contou o quão tocante foi o momento: “Foi a primeira vez que eu assisti um paciente com um intérprete em 40 anos de experiência. Foi extremamente gratificante para mim e para equipe que atendeu junto comigo. Para o aprendizado tanto do aluno e do residente que me acompanharam e pelo fato de que nós nunca conseguimos nos comunicar tão adequadamente com um paciente como nós nos comunicamos com o intérprete.”
Nas palavras da intérprete, ““Foi fantástico, eu tenho 18 anos de intérprete e foi meu primeiro parto interpretado. Então, eu fiquei muito feliz. É uma emoção que não tem como te explicar, porque você poder passar calma para paciente. Ela depende da comunicação para manter calma. Foi um parto muito humanizado mesmo”, diz Luci Mayer Fiorentino.”.
A cirurgia, que durou uma hora, foi um sucesso e Paulo nasceu forte e saudável. Eliane e Marcelo não poderiam estar mais felizes, felicidade que parece ter tomado conta também da equipe médica e da intérprete. Torçamos para que o esforço desses profissionais para garantir a inclusão e o bem estar de pessoas deficientes se torne a regra no nosso país.
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