Cumprimente a todos, confie em poucos e não dependa de ninguém

Texto de Marcel Camargo publicado originalmente em Psicologias do Brasil

Ser gentil não custa nada e só nos traz benefícios. Sorrir com verdade pode até ajudar quem menos esperamos, pois há sempre alguém procurando por alguma luz em seu dia. Nem imaginamos o quanto de alento um simples “bom dia” pode trazer a quem passa por escuridões dolorosas. Por outro lado, é muito desagradável deparar-se com uma cara amarrada já às sete horas da manhã, com pessoas deseducadas, mal humoradas e ríspidas, afinal, ninguém tem culpa da nossa briga com o mundo.

Quem de nós nunca foi completamente ignorado ao passar rente a um colega, a um conhecido, a alguém que já conversou conosco, já passou um tempo na nossa companhia e, portanto, já sabe o nosso nome? Não dá para entender por que certas pessoas fingem que não conhecem os outros, se é insegurança, medo sabe-se lá de quê, problema de visão, distração excessiva, ou pura e simplesmente soberba gratuita mesmo. Sentem-se superiores ou inferiores, afinal? Vai entender…

É perfeitamente possível sermos educados e atenciosos com quem quer que seja, sem que precisemos aprofundar intimidade com quem não simpatizemos. Aliás, não conseguiremos ter afinidade com todo mundo à nossa volta e isso não quer dizer que só deveremos nos dirigir tão somente àqueles de quem gostamos. Cumprimentar uma pessoa, trabalhar no mesmo ambiente ou sentar à mesa de amigos em que ela está não nos obriga a manter fortes laços com ela.

Na verdade, conheceremos muita gente, porém, confiaremos em pouquíssimas pessoas, porque o que temos de tão nosso jamais poderá ser entregue a qualquer um, sem ressalvas. Muitos aguardam qualquer chance de derrubar quem quer que seja, através de fofocas maldosas principalmente. Termos a segurança de dividir nossa vida com as pessoas certas nos poupará de inúmeros dissabores e decepções. E esses poucos sempre valerão a pena.

Fato é que não devemos depender muito das pessoas, para podermos seguir nossas vidas sem pendências excessivas, uma vez que os outros, muitas vezes, não correspondem às expectativas que costumamos lhes imputar. Nem sempre as pessoas agirão conforme o que esperávamos, tampouco terão atitudes iguais às nossas. Cada pessoa possui o seu próprio coração e nele guarda aquilo que quiser – ninguém manda nos sentimentos alheios.

Melhor tentar não depender de ninguém, nem contar muito com os outros, afinal, quanto mais depositarmos nossa felicidade fora de nós, mais distante ela se torna. Quando contamos com nós mesmos, então mantemos as chances de ser feliz aqui dentro, que é onde a felicidade deverá sempre permanecer.

Imagem de capa: Archv/shutterstock






Uma revista a todos aqueles que acreditam que a verdadeira paz é plural. Àqueles que desejam Pazes!