
Um corredor silencioso, palmas contidas e um gesto que muda destinos. Profissionais e familiares formaram o “Corredor da Honra” na Santa Casa de Ponta Grossa (Campos Gerais do PR) para acompanhar a saída do corpo de Eduardo Wazne Pedroso, 16 anos, após a autorização da família para a doação de órgãos. O hospital divulgou o vídeo nas redes sociais.
No registro, colaboradores e parentes se alinham em respeito ao adolescente. A publicação da Santa Casa destacou gratidão ao gesto dos familiares, associando a doação à possibilidade concreta de novos tratamentos para quem aguarda na fila.
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Eduardo morreu na sexta-feira (19). Dois dias antes, buscou atendimento com dor de ouvido e fortes dores de cabeça; o diagnóstico foi meningite. O caso mobilizou moradores: houve correntes de oração on-line e em paróquias da cidade.
Com a morte encefálica confirmada e a infecção controlada, a equipe do hospital informou que foi possível prosseguir com a captação. A família autorizou a doação e rins e fígado foram destinados a transplantes, com potencial de beneficiar três pacientes. O sepultamento ocorreu no sábado (20), comunicado pelos parentes nas redes do próprio jovem.
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Situação da meningite no Paraná
Em 2025, o estado registrou ao menos 47 casos de doença meningocócica (DM), com 12 óbitos. A bactéria Neisseria meningitidis é transmitida por gotículas respiratórias. Sinais de alerta incluem febre alta, cefaleia intensa, rigidez de nuca, náuseas, vômitos e manchas avermelhadas na pele.
Crianças menores de 5 anos têm risco maior de adoecimento por DM, especialmente bebês. Adolescentes e adultos jovens costumam ser portadores assintomáticos, o que favorece a circulação do agente infeccioso.
O SUS oferece esquema vacinal contra meningites a partir dos 3 meses. A cobertura no Paraná foi de 91,89% na 1ª dose em 2024 (menores de 1 ano). Em 2025, até 20 de setembro, a cobertura estava em 83,15%.
Como funciona a doação
A doação de órgãos depende do consentimento de familiares, mesmo quando existe manifestação prévia do possível doador. A abordagem é conduzida por profissionais do Sistema Estadual de Transplantes (SET). Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o Paraná figura entre os estados com menor índice de recusa.
No 1º semestre de 2025, a recusa familiar no estado foi de 31%; no Brasil, o índice chegou a 45%. Esses números ajudam a explicar por que gestos como o da família de Eduardo impactam diretamente a fila de transplantes e ampliam as chances de pacientes em condição crítica.
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