
Quando um governo autoriza máquinas autônomas para abater animais, a discussão sai do nicho ambiental e vira tema público.
É o que acontece em uma cidade australiana — parte de um plano mais amplo — que mira reduzir a população de gatos ferais com robôs letais e a meta declarada de até 6 milhões de indivíduos eliminados em cinco anos. A justificativa oficial: conter a pressão predatória sobre espécies nativas e recuperar áreas críticas de biodiversidade.

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O que está sendo usado
Os equipamentos em operação são armadilhas robóticas de “grooming” (conhecidas comercialmente como Felixer). De forma simplificada, eles:
- Detectam o animal por sensores, luz/laser, imagem e padrões de marcha;
- Confirmam via algoritmo se o alvo é um gato feral;
- Disparam no pelo do animal um gel tóxico (1080);
- Matam por ingestão: o felino ingere o veneno ao se lamber, comportamento típico da espécie.
Esse tipo de armadilha já foi testado em vários estados australianos, inclusive em floresta tropical de Queensland; o órgão ambiental local afirma que, nesses testes, alvos não pretendidos não foram atingidos.
Por que a medida é tão dura
A Austrália convive há décadas com impactos de gatos ferais (descendentes de domésticos, totalmente adaptados à vida selvagem). Estudos e dados governamentais os descrevem como grandes predadores de répteis, aves e pequenos mamíferos, com mortalidade diária elevada da fauna nativa.
Ao longo dos anos, o país adotou múltiplas estratégias (iscas, abate, cercas, armadilhas) e, agora, escala a automação como forma de baratear e acelerar o controle.

A meta dos “6 milhões”
Reportes recentes apontam um objetivo numérico agressivo (até 6 milhões de ferais em cinco anos), com compra e implantação de dezenas de dispositivos financiados por verbas públicas. O plano tem cronograma e orçamento dedicados e virou vitrine — e alvo — dentro e fora do país.
E os gatos domésticos? Autoridades dizem que o sistema usa filtragem por morfologia e padrão de movimento para evitar disparos em animais não alvo e gatos com tutor.
Ainda assim, organizações de proteção animal contestam o risco de erros de classificação, defendem métodos não letais (captura-esterilização-retorno) e criticam o uso do veneno 1080. O embate entre conservação de fauna nativa e bem-estar animal é o ponto mais tenso do debate.
Onde a tecnologia já rodou
Os Felixer foram testados desde 2016 no outback e, mais tarde, em parques de floresta úmida. Em linhas gerais, os relatos técnicos descrevem robôs solares, processamento de imagem e disparo seletivo por gel tóxico — um pacote pensado para funcionar por longos períodos com pouca intervenção humana.
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