“Alta tensão”, um intenso e inesquecível poema de Bruna Lombardi

Por Nara Rúbia Ribeiro
Não raro encontramos textos falsamente atribuídos, na rede, à escritora Clarice Lispector. Muito aclamada e pouco lida, a escritora tem o seu nome colocado em textos de magnitudes diversificadas. Alguns rasos, outros explicitam apenas o saber comum. Contudo, um dos textos que circula pela rede com a assinatura de Lispector é um poema que, creio eu, faria com que Clarice ficasse até feliz com a honraria do equívoco.

Trata-se do poema “Alta tensão”, da escritora, atora, roteirista e, como ela mesma diz, da “multitarefa” Bruna Lombardi. Confira o poema:

Alta Tensão

eu gosto dos venenos mais lentos
dos cafés mais amargos
das bebidas mais fortes
e tenho
apetites vorazes
uns rapazes
que vejo
passar
eu sonho
os delírios mais soltos
e os gestos mais loucos
que há
e sinto
uns desejos vulgares
navegar por uns mares
de lá
você pode me empurrar pro precipício
não me importo com isso
eu adoro voar.

Poema de Bruna Lombardi
(Do livro O perigo do Dragão. Rio de Janeiro: Record, 1984. p. 36)

Abaixo, o poema é declamado por Ivan Lima:

Dentre os livros publicados pela diva brasileira, temos:
1976 – No Ritmo dessa Festa, poesias, Editora Três
1980 – Gaia, poesias, Editora Codecri
1984 – O Perigo do Dragão, poesias, Editora Record
1986 – Diário do Grande Sertão, registro poético das filmagens, Editora Record
1987 – Apenas bons amigos, infantil, Editora Globo
1990 – Filmes Proibidos, romance, Companhia das Letras
2004 – Meu ódio será tua herança, romance,[20] Guanabara Koogan
2008 – O Signo da Cidade, roteiro do filme, Imprensa Oficial de SP
2015 – Jogo da Felicidade, autoajuda, Livraria Saraiva

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