Ele construiu sozinho uma ilha montada com 150 mil garrafas PET — e viveu nela por anos no Caribe

No Caribe mexicano, um artista britânico mostrou que ideia boa e persistência podem virar território. Richart Sowa transformou 150 mil garrafas PET em uma ilha artificial de cerca de 1.000 m², morou nela por anos e, de quebra, criou um laboratório de reciclagem que atraiu turistas, pesquisadores e câmeras do mundo todo.

A primeira faísca veio nos anos 1990, quando Sowa se incomodou com o plástico espalhado em praias. Em 1998, ergueu a Spiral Island, mas um furacão em 2005 levou tudo. Ele recomeçou do zero e lançou a Spiral Island II, ancorada perto de Isla Mujeres (México), com desenho mais robusto e manutenção contínua.

Como a ilha ficava de pé

A base era um “colchão” de garrafas PET compactadas, presas em redes e acomodadas sob camadas de madeira, areia e vegetação — combinação que dava flutuação e estabilidade.

Em cima disso, Sowa montou:

  • Casa de dois andares em madeira (quarto, cozinha, varanda).
  • Painéis solares para demandas elétricas básicas.
  • Banheiros secos, horta orgânica e lago artificial para irrigação e resfriamento.
  • Jardins com árvores frutíferas, que passaram a atrair aves e insetos, criando um microecossistema.

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Moradia, vitrine e prova de conceito

O projeto virou ponto turístico de Isla Mujeres. Visitantes ouviam o passo a passo diretamente do criador, que gostava de explicar amarração das redes, rodízio das garrafas que perdiam flutuabilidade e cuidados com raízes para consolidar o “solo”. A ilha funcionava como casa e também como demonstração pública de que resíduo pode virar estrutura útil.

Sowa combinou reciclagem, bioconstrução e autonomia energética em escala individual. A proposta ganhou interesse acadêmico por sugerir microssoluções replicáveis: ilhas-jardim para zonas costeiras vulneráveis, habitações experimentais em locais com pouco terreno e habitats que geram massa verde onde antes havia só água.

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Ventos fortes, perdas e reconstruções

O Caribe é severo com estruturas flutuantes. Depois de destruições parciais, Sowa revisou âncoras, amarras e distribuição de peso. A mensagem dele era clara: reconstruir faz parte do método, e o valor do projeto está em mostrar que dá para tirar função de algo que iria poluir o mar.

A façanha costuma ser lembrada ao lado de obras erguidas por uma só pessoa, como o Coral Castle (EUA), o Palácio Ideal (França) e a Catedral de Justo Gallego (Espanha). Todas têm o mesmo DNA: obstinação, técnica aprendida na prática e uma ideia que sai do papel mesmo sem grandes financiadores.

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Por que a história segue relevante

Enquanto toneladas de plástico continuam a chegar ao oceano, a ilha de Sowa lembra que soluções podem nascer pequenas e multiplicar impacto. Ele ofereceu um manual simples: coletar, compactar, amarrar, plantar, gerar energia limpa e cuidar do ciclo.

Para quem passa pela costa e vê o brilho das garrafas sob a vegetação, fica a pista: matéria-prima existe; o desafio é dar uso inteligente a ela.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.