“Uma montanha-russa”: Como família descobriu que Milton Nascimento estava com demência

A notícia não caiu do nada dentro de casa. Antes do diagnóstico, a família de Milton Nascimento já vinha estranhando mudanças pequenas que, somadas, contavam uma história clara.

O filho e empresário, Augusto Nascimento, foi quem puxou o freio de mão: percebeu que algo estava diferente, buscou os médicos certos e topou uma bateria de testes até receber a confirmação de demência por corpos de Lewy (DCL).

O que acendeu o alerta

Após um período de forte exposição — homenagem da Portela no Carnaval e lançamento do documentário no Globoplay — Augusto notou sinais que destoavam do padrão do pai: apetite baixo, olhar parado por longos instantes, esquecimentos incomuns e uma repetição quase imediata das mesmas histórias em conversas seguidas. Esses indícios fizeram a família procurar avaliação clínica estruturada.

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Linha do tempo dentro de casa

No fim de 2024, os comportamentos diferentes ficaram mais visíveis. Em maio de 2025, pai e filho fizeram uma viagem de motorhome pelos EUA — um desejo antigo que Augusto decidiu cumprir mesmo enquanto aguardavam exames.

Pouco depois, Milton precisou de suporte por desidratação, por dificuldade para se alimentar e ingerir líquidos. Na sequência veio a confirmação de DCL.

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O que os médicos fizeram

A equipe solicitou testes cognitivos formais (atenção, cálculo, orientação, linguagem) e exames complementares.

O quadro de declínio ficou evidente nos resultados, o que levou ao fechamento diagnóstico para demência por corpos de Lewy — condição neurodegenerativa marcada por flutuações cognitivas, alterações de comportamento e sintomas motores que podem se sobrepor aos do Parkinson, doença com a qual Milton já convivia.

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Por que “corpos de Lewy”

A DCL envolve acúmulo anormal de alfa-sinucleína nos neurônios. Na prática, isso bagunça circuitos cerebrais ligados a pensamento, movimento e humor, provocando esquecimentos que “vão e voltam”, períodos de atenção variável e, em alguns casos, alucinações visuais.

É diferente do Alzheimer clássico no padrão de flutuação e na associação mais frequente com sintomas motores.

Como a rotina mudou

Com o diagnóstico, a casa se reorganizou: enfermeiros 24h, atenção redobrada à hidratação e às refeições, menos visitas e conversas mais curtas — muitas vezes silenciosas.

Augusto descreve o dia a dia como “batalha diária”, e relata que o pai se alimenta melhor quando ele está presente incentivando.

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O ponto de partida da família

O “como” a família descobriu passa por quatro passos simples e decisivos:

  • Observar mudanças sutis e persistentes no comportamento;
  • Registrar exemplos concretos (repetição de histórias, olhar parado, apetite);
  • Avaliar com especialistas e testes padronizados;
  • Adequar a rotina imediatamente após a confirmação — cuidado contínuo, menos estímulos competitivos e foco em hidratação e alimentação.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.