Monja Coen Responde: ‘Por que achamos que sofremos mais que os outros?’

As respostas estão no próprio ato de perguntar. Assim a Monja Coen nos incita e nos provoca numa jornada pelas questões humanas na nova temporada da série Monja Coen Responde.

A jornada aprofunda os conhecimentos zen budistas e se organiza em torno de 7 eixos: O Eu, O Outro, O Sexo, O Mestre, O Fazer, O Coletivo e O Mistério, um em cada dia da semana.

O tema de hoje: vamos falar sobre a ilusão de que só eu sofro, quando estamos voltados muito para nós mesmos, dá a impressão que o único sofrimento é o meu, que as outras pessoas estão boas, e que eu não estou tão bem assim.

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Vamos olhar isso com um pouco mais de profundidade? Esse é o tema da reflexão de hoje.

Por que as vezes pensamos que só nós passamos por problemas, e que o nosso problema é sempre maior que o dos outros?

É muito comum a todos nós pensarmos isso. Por que estamos fechados em nós mesmos, e claro que o meu problema é maior que todos os outros, por que é meu. Aquilo que eu estou sentindo sentindo, só eu sinto, mas não precisa ter medo, não.

Porque se você olhar à sua volta, todas as pessoas têm problemas e dificuldades.

Vamos voltar ao ensinamento básico de Shakyamani Buda, quando ele fala de 4 nobres verdades, e a primeira delas é que a insatisfação existe.

Nem todos estamos satisfeitos. Até os Rolling Stones tem uma música sobre isso, não é? Você não pode ter aquilo que você quer, mas às vezes você tem e chega a você aquilo que você precisa.

Interessante porque há muita sabedoria nessa história. As pessoas às vezes achamos que as músicas do rock in roll são coisas superficiais, mas não são.

Tem coisas bem profundas e bem significativas para você verificar em sua vida. Temos inúmeras satisfações, e não é só você, olhe um pouco a sua volta.

Se você sair de dentro de você e observar, falar com seus amigos, com outras pessoas, vai verificar que todos nós temos problemas e medos.

Há uma coisa bem séria, que é o medo.

Há um escritor português que eu gosto muito que se chama Mia Couto.

Ele nos recomenda colocar o medo no bolso. Não é que ele vai desaparecer, você o guarda. Um monge vietnamita, Tich Nhat Hanh, fala a mesma coisa, ele diz: ‘dá colinho pro seu medo’.

Temos medos, sim. As nossas questões, de não encontrar soluções para as nossas dificuldades, mas quando não vemos a solução, é por que não chegamos nem na metade do túnel, então parece que está tudo escuro, e que não tem solução nenhuma, mas se você tiver persistência, se caminhar mais um pouco, verá que a luz começa a aparecer.

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E que aquilo que é tão frágil, tão terrível, tão difícil, é mais leve que você imaginava.

Procure caminhar mais um pouquinho. Respiração consciente e você vai ver que todo esse drama que nós criamos, e cada um de nós cria sim, um drama maior para nós, para nossa vida, como se o que eu passo é pior do que todos estão passando.

É um pouco a ver com o que Freud vai chamar do Efgo, o Eu que sofre mais, o Eu mais sensível, mas se você deixar esse Eu no seu lugar, você vai perceber que todos nós passamos por dificuldades e problemas, nem sempre simultâneos, mas todos nós passamos, e pra cada um de nós, é terrível, é grande, é difícil, é maior que o dos outros, mas quando a gente atravessa, a gente aprende também a ajudar outras pessoas a atravessar. Força.

Fonte: YouTube / Monja Coen

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.