Mia Couto, notável escritor moçambicano, escreveu, no ano de 2009, o livro E se Obama fosse africano? e outras interinvenções Ensaios, (no Brasil, pela Companhia das Letras).
Nesse livro, conforme ementa da Editora, “o autor aborda de modo corajoso e criativo os principais impasses da África contemporânea. TEmas como a corrupção, o autoritarismo, a ignorância, os ódios raciais e religiosos, mas também a riqueza da tradição oral e das culturas locais, o vigor artístico, as relações complexas entre o português e as línguas nativas, a influência de Jorge Amado e Guimarães Rosa sobre a literatura luso-africana, tudo isso é tratado com rigor intelectual, imaginação poética e humor por um dos maiores escritores de nossa época…)
No primeiro ensaio da obra, Línguas que não sabemos que sabíamos*, Mia fala da importância modo como critérios hoje dominantes desvalorizam palavra e pensamento em nome do lucro fácil em imediato”. Desta fala, selecionamos esse trecho extramente rico que passamos a compartilhar abaixo:
“Em algumas línguas de Moçambique não existe a palavra “pobre”. Um pobre é designado como sendo chisiwana, expressão que quer dizer órfão. Nessas culturas, o pobre não é apenas o que não tem bens, mas é sobretudo o que perdeu a rede das relações familiares que, na sociedade rural, serve de apoio à sobrevivência.
O indivíduo é pobre quando não tem parentes. A pobreza é a solidão, a ruptura com a família. Os consultores internacionais, especialistas a elaborar relatórios sobre a miséria, talvez não tenham em conta o impacto dramático da destruição dos laços familiares e das relações sociais de entreajuda.
Nações inteiras se estão tornando “órfãs”, e a mendicidade parece ser a única via de uma agonizante sobrevivência.”
Mia Couto no livro E se Obama fosse africano, pela Companhia das Letras, página 17
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