Se boicote “pega” de verdade, o Natal costuma entregar rápido: o caixa sente, a vitrine esvazia, o vendedor nota. E foi justamente no teste do mundo real — shopping cheio, presente de última hora e gente atrás de um chinelo pra colocar na sacola — que a tentativa de boicote contra a Havaianas esbarrou num detalhe simples: as lojas seguiram no ritmo normal de fim de ano.
Na capital paulista, gerentes de cinco unidades ouvidas em reportagem relataram que o movimento de clientes não mudou, apesar da convocação nas redes.
Em duas dessas lojas, havia fila passando da porta, cenário bem comum na semana de Natal. O atendimento seguiu padrão e, segundo os relatos, não houve manifestação, discussão organizada ou qualquer tipo de protesto dentro das unidades.
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Também não teriam chegado orientações especiais da empresa para os funcionários sobre como lidar com o assunto.
Fotos de uma agência internacional registraram filas também no Rio de Janeiro, reforçando a ideia de que a demanda de dezembro continuou falando alto.
A faísca do barulho online foi uma campanha publicitária estrelada por Fernanda Torres. Na peça, ela brinca com a expressão “pé direito” e diz preferir que as pessoas comecem 2026 “com os dois pés” — frase que políticos e influenciadores de direita interpretaram como provocação, associando a marca a um posicionamento ideológico e pedindo boicote.
Na rua, porém, o que apareceu foi um retrato bem menos inflamado. Entre consumidores entrevistados na reportagem, metade disse nem ter visto o comercial; entre quem viu, a maioria afirmou que não se incomodou.
Houve críticas, sim — inclusive de cliente que disse não ter gostado da propaganda — mas até nesse grupo apareceu um dado revelador: teve quem comprasse mesmo contrariando a própria opinião, por motivo bem prático (presente, preferência do familiar, dificuldade de achar alternativa na hora).
O tom que se repetiu nas falas foi direto: na pressa do Natal, pesa mais preço, conforto e durabilidade do que a briga de rede social.
Onde a polêmica deixou marca mais visível foi fora do corredor do shopping: no mercado financeiro. No pregão de 22 de dezembro de 2025, as ações da Alpargatas (ALPA4), dona da Havaianas, chegaram a recuar cerca de 3% em parte do dia e encerraram a sessão em queda de 2,39%, a R$ 11,44, com perda estimada de R$ 152 milhões em valor de mercado (segundo reportagem do InfoMoney).
No entanto, recuperou a perda no dia seguinte.
E, num efeito colateral bem brasileiro, a tentativa de boicote virou também oportunidade de liquidação: em Brusque (SC), a loja Calçados Guarani anunciou que venderia pares de Havaianas por R$ 1 e afirmou ter esgotado rapidamente o estoque, dizendo que a ação era uma resposta ao movimento de boicote.
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