De vez em quando surge uma série que não parece só “boa de maratonar”, mas que cria um vínculo quase emocional com quem assiste.
The OA é exatamente esse caso: mesmo tendo sido lançada em 2016, vive sendo redescoberta por novos espectadores, e o apego é tanto que, quando a Netflix anunciou o cancelamento após a segunda temporada, teve fã prometendo cancelar a assinatura, levantar hashtag, fazer vaquinha para outdoor em Nova York e até fazer greve de fome na porta da empresa.
Criada e estrelada por Brit Marling, em parceria com o diretor Zal Batmanglij, The OA mistura mistério, drama, ficção científica e elementos sobrenaturais sem seguir fórmula pronta.
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A história começa com Prairie Johnson, uma jovem que reaparece depois de sete anos desaparecida. Antes de sumir, ela era cega; ao voltar, recuperou a visão e passa a se apresentar como “OA”.
Ela se recusa a contar para a família e para o FBI o que aconteceu nesse período, mas escolhe um grupo improvável de adolescentes problemáticos e uma professora cansada da vida escolar para revelar, noite após noite, sua versão dos fatos.
Esses encontros em uma casa abandonada funcionam como porta de entrada para o passado de Prairie. A série leva o espectador para um laboratório isolado, onde ela e outras pessoas com experiências de quase morte são mantidas em cativeiro por um cientista obcecado por descobrir o que existe “do outro lado”.
Lá, OA conhece Homer, Scott, Rachel e Renata, e a relação entre eles vira o verdadeiro coração da história: cinco pessoas presas, tentando sobreviver física e emocionalmente enquanto são usadas como cobaias por alguém que se convenceu de que está fazendo pesquisa “em nome da ciência”.
Um dos pontos mais interessantes da série é como ela costura traumas individuais com temas mais amplos, como fé, sentido de pertencimento, culpa e o desejo de acreditar que a vida não se resume ao que os olhos enxergam.
Ao mesmo tempo em que fala de cativeiro e abuso, The OA também trata de amizade e de como um grupo aparentemente aleatório pode encontrar, junto, uma forma de resistência.
O ritmo não é de série policial cheia de explosões; aqui o peso está nos silêncios, nas histórias contadas em voz baixa e nos momentos em que os personagens escolhem confiar ou duvidar do que estão ouvindo.
Visualmente, The OA é muito cuidadosa. Os criadores usam cenários simples — casas de subúrbio, corredores de escola, instalações clínicas claustrofóbicas — e, mesmo assim, conseguem criar imagens que ficam na cabeça por muito tempo.
A fotografia aposta em contrastes fortes, e a trilha de Rostam Batmanglij ajuda a construir esse clima entre o sonho e o desconforto, alternando faixas delicadas com outros momentos bem mais estranhos.
Vários críticos destacam justamente essa combinação de visual marcante com uma trilha que parece puxar o espectador para dentro da história.
Na segunda temporada, a série resolve pisar ainda mais fundo no pé da ousadia. A trama se estende para outra realidade, com OA em uma versão alternativa de si mesma e um novo protagonista importante: Karim Washington, um detetive em São Francisco que investiga o desaparecimento de uma jovem ligada a um jogo de celular enigmático e a uma casa que parece interferir nos sonhos de quem passa por ali.
Nessa fase, The OA abraça de vez o lado mais experimental: realidade paralela, tecnologia, espiritualidade e teoria de múltiplas dimensões se misturam de um jeito que muita produção grande não teria coragem de arriscar.
Apesar de dividir opiniões — até porque não faz questão de explicar tudo de forma mastigada —, a série é bastante respeitada pela crítica.
No Rotten Tomatoes, a primeira temporada soma aprovação em torno de 76–78%, enquanto a segunda sobe para mais de 90%, com elogios ao elenco, à direção e à ambição da história. Em 2021, The OA entrou até em listas como uma das melhores séries do século e dos anos 2010, ao lado de produções bem mais famosas.
Quando a Netflix cancelou a série em 2019, deixando um gancho gigantesco no ar, a reação foi proporcional ao grau de apego.
Surgiram campanhas como #SaveTheOA, petições online, vídeos de fãs repetindo as “movimentações” coreográficas da história, outdoor na Times Square pedindo a renovação e tudo mais que você puder pensar em termos de mobilização de fandom.
Até hoje aparecem rumores e declarações de elenco e criadores sugerindo que, de algum jeito, a história ainda pode ganhar continuidade, o que mantém viva a sensação de que The OA é dessas séries que se recusam a “morrer” mesmo fora da tela.
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