Hospitais de pronto‑socorro vêm registrando um número crescente de rapazes e moças queixando‑se de tosse seca persistente e falta de ar mesmo após pequenos esforços. Ao investigar, pneumologistas encontram o mesmo denominador comum: uso frequente de cigarros eletrônicos aromatizados—um hábito que parece ter recolocado no mapa uma doença rara com nome curioso, bronquiolite obliterante, apelidada de “pulmão de pipoca”.
O rótulo nasceu nos EUA, no início dos anos 2000, quando funcionários de fábricas de pipoca de micro‑ondas foram expostos diariamente ao diacetil, substância que dá gosto amanteigado ao produto. A inalação constante do composto provocou inflamação e cicatrização dos bronquíolos, quadro irreversível que acabou batizado pela imprensa como “popcorn lung”.
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Na bronquiolite obliterante, a camada interna dos bronquíolos fica inflamada e forma cicatrizes que estreitam ou bloqueiam essas vias. Com menos espaço para o ar circular, a pessoa experimenta queda progressiva da capacidade respiratória—um processo silencioso e acumulativo, já que o tecido cicatrizado não se regenera.
Chiado no peito, cansaço fácil, tosse teimosa e sensação de aperto torácico aparecem devagar e lembram asma ou DPOC; por isso, muitos pacientes recebem tratamento errado nos primeiros meses. Quanto mais tempo o diagnóstico demora, maior é o comprometimento pulmonar.
Não existe cura comprovada. Os médicos recorrem a corticosteroides e broncodilatadores para aliviar a inflamação e melhorar a passagem do ar, mas o efeito é parcial. Em estágios avançados, o transplante de pulmão é discutido, opção cara, arriscada e nem sempre disponível.
Boa parte dos líquidos usados nos cigarros eletrônicos—sobretudo os de sabores “cremosos” ou adocicados—contém diacetil ou moléculas químicas parecidas. Esses produtos são aquecidos e inalados diretamente, reproduzindo o mesmo cenário tóxico das fábricas de pipoca. Além do diacetil, análises laboratoriais identificam metais pesados, compostos orgânicos voláteis e nicotina altamente viciante.
Adolescentes e jovens adultos formam o público‑chave dos vapes devido a embalagens chamativas e marketing “cool”. No Brasil, a parcela de usuários de cigarro eletrônico saltou de meio milhão em 2018 para 2,8 milhões em 2023, mesmo com a venda proibida desde 2009. Pesquisas escolares mostram que 16,8 % dos estudantes de 13 a 17 anos já experimentaram o dispositivo pelo menos uma vez.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantém, desde a Resolução 46/2009, a proibição de fabricar, importar, comercializar e anunciar qualquer cigarro eletrônico. Em 2024, a agência revisou as evidências científicas e decidiu reforçar o veto, lembrando que até trazer um vape na bagagem configura infração sanitária.
Serviços e Informações do Brasil
Para médicos, evitar o contato contínuo com substâncias aromatizantes inaladas segue sendo a única estratégia eficaz contra o “pulmão de pipoca”. Quem apresenta tosse persistente ou falta de ar e usa vape precisa buscar avaliação especializada o quanto antes—o relógio da cicatrização pulmonar não para.
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