Categories: Literatura

Sobre os mistérios que nos movem

Gosto de imaginar. A imaginação me leva para onde eu quero! Nesses dias estive imaginando como foram construídas as pirâmides do Egito, cerca de 2.500 anos atrás. Acredito que todos pensam nelas como uma incógnita construtiva, dada a tecnologia e os recursos da época. Estranho mesmo seria não se assombrar diante deste mistério.

Muitas coisas na vida são misteriosas, sobre as quais raciocínio lógico algum parece se aplicar. Creio que Deus brincalhão deseja mesmo é ser incompreendido. Mistério constante! Afinal de contas, nem conseguimos entender os homens direito… Pensar que Deus possa ser compreendido por nós, seria (quase) uma heresia. Acredito mesmo que se Deus quisesse que nós o conhecêssemos, teria se apresentado aos nossos olhos céticos. O que nos resta então? O grande mistério, a dúvida, o assombro! Seiva que nutre a alma.

Não me basta imaginar como foram erguidas as pirâmides. Penso no faraó inovador que decidiu construir a primeira… Quantos escravos envolvidos, quantas pesquisas e estudos, quantos anos de trabalho, quanto dinheiro gasto e quantas vidas investidas em uma construção inédita? Não acredito na loucura faraônica. Seria demência demais por parte deles. Creio sim, que desde o início uma voz silenciosa e interna despertava a “quase certeza” fazendo pulsar o desejo de apostar e investir, independente do preço a ser pago.

Tantas coisas na história da humanidade foram desenvolvidas na base da aposta… A medicina desvendou cura para várias doenças, aviões foram inventados, a energia elétrica foi trazida para nossas casas e a internet nos dá inúmeras possibilidades. Tudo isso graças às mentes inventivas que se alimentaram do mistério, daquela voz interna que dizia “Vai!”.

Antes de existirem, (pergunto eu), onde andavam as idéias? A idéia é uma espécie de sementinha que planta algo novo. E o que brota dessa semente é fruto da nossa imaginação, fruto que nos impulsiona na direção do desconhecido, para que o desconhecido e o novo se juntem a nós expandindo nossos horizontes. Einstein bem sabia disso, afirmando que “A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado, a imaginação envolve o mundo”.

Meu ceticismo teimoso se rende. Convencida das forças sagradas que nos envolvem, só posso pensar que o “Mistério” se apresenta da forma mais simples que podemos conceber. Tão natural como a Terra Mãe. Tão simples quanto uma pipa no céu. Tão puro quanto o riso de uma criança. Tão incógnito quanto o desconhecido. E tão sagrado como a nossa alma…

Quem alimenta a alma e a imaginação convida Deus menino a brincar por entre nós…

Créditos da foto:© Lilia Alvarado

Raquel Alves

Arquiteta por formação, hoje dedica-se integralmente a presidir o Instituto Rubem Alves, criado para manter vivo o pensamento de seu pai, difundir a sua obra e capacitar novos mestres.

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