Guillermo del Toro levou três décadas maturando a própria leitura de Mary Shelley — e, agora, entrega uma versão que aposta menos no susto e mais em emoção e estranheza com assinatura visual.
A adaptação estreou em competição em Veneza com elogios calorosos e chega à Netflix após um curto giro nos cinemas, estratégia pensada para combinar experiência de tela grande e alcance global.
O elenco sustenta o drama como peça de câmara gótica: Oscar Isaac é Victor Frankenstein, Jacob Elordi encarna a Criatura, Mia Goth vive Elizabeth e Christoph Waltz completa o eixo de poder e culpa que move a trama.
Leia também: Lobão fala de perdas familiares trágicas: ‘Meu pai, minha mãe e irmã se…’
A fotografia é do parceiro de longa data Dan Laustsen e a trilha, de Alexandre Desplat, reforça a melancolia que del Toro vem chamando de “história profundamente emocional”, mesmo situada na Europa do século XIX.
Em Veneza, a reação foi imediata — longos aplausos e leituras críticas destacando o tom pessoal do filme.
Del Toro tem dito que tratou o livro como obra moderna (como o foi à época), evitando o conforto de um visual “de época” inofensivo; a direção busca uma modernidade de sentimentos: rejeição, desejo de pertencimento e limites da responsabilidade do criador ante a criatura.
A recepção do público também veio forte. Na semana de lançamento global, “Frankenstein” liderou o Top 10 de filmes em inglês da Netflix, somando milhões de visualizações; nas métricas populares, o título quebrou marcas recentes de aprovação do público em agregadores como o Rotten Tomatoes, um termômetro de boca a boca que costuma se traduzir em alcance orgânico na plataforma.
No conteúdo, del Toro desloca o eixo para o laço entre pai e filho e para a culpa que se impõe quando a vida é criada sem amparo.
A Criatura de Elordi, revelada em fotos e materiais recentes, aparece com próteses extensas e composição corporal que acentua o conflito entre fragilidade e ameaça — trabalho que demandou longas sessões de maquiagem e muda a leitura do “monstro” de figura muda para presença trágica.
Nos bastidores, a produção passou por ajustes até fechar o time atual (Elordi substituiu Andrew Garfield por conflito de agenda durante a greve), e filmou entre Toronto e locações históricas no Reino Unido, o que ajuda a dar densidade tátil aos interiores e à paisagem.
O lançamento seguiu calendário escalonado: Venice (30 de agosto de 2025), salas selecionadas (17 de outubro) e streaming global em 7 de novembro.
Del Toro volta à parceria com a Netflix após o sucesso de Pinóquio e traz consigo o currículo que o coloca em posição rara no Oscar: melhor diretor e melhor filme por A Forma da Água (2017) e animação por Pinóquio (2022).
O pedigree pesa, claro, mas o que sustenta “Frankenstein” é o foco em ética científica, solidão e empatia — temas que, duas centenas de anos depois, continuam a morder.
Leia também: Nem todo “gente boa” é o que parece: 5 sinais de personalidade tóxica que passam despercebidos
Compartilhe o post com seus amigos! 😉
Se você abriu o celular hoje e viu mensagens dizendo que “idosos agora têm direito…
No meio da movimentação pré-feriado de Ação de Graças em Washington, a região ao redor…
Enquanto todo mundo foca em amigo secreto, ceia e viagem de fim de ano, a…
No país em que o café entra na lista de compras antes de muita coisa,…
A formação de um ciclone extratropical perto da costa do Sudeste vai deixar o tempo…
Uma explosão em uma subestação localizada ao lado do Bloco C da Esplanada dos Ministérios…