Um comentário feito nas redes sociais levou um neurocirurgião recifense ao centro de um imbróglio diplomático e ético.
Após elogiar o assassinato do ativista conservador Charles Kirk, o médico Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa, que vive no Recife, teve a entrada nos Estados Unidos proibida.
A decisão ganhou repercussão imediata, trouxe reação de entidades médicas e terminou em demissão em clínica privada — e, no dia seguinte, veio um pedido público de desculpas do profissional.
A origem do caso é um comentário publicado no Instagram em que o médico escreveu: “um salve a este companheiro de mira impecável. Coluna cervical”.
O trecho circulou intensamente nas redes e motivou críticas de parlamentares e de usuários.
Barbosa afirma que seu visto anterior havia expirado em 21 de agosto de 2022, mas, mesmo assim, a proibição foi anunciada pelas autoridades americanas como resposta ao teor da postagem.
A medida foi tornada pública no sábado (13) pelo vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, que citou o comentário ao responder no X (ex-Twitter) uma publicação do vereador recifense Thiago Medina (PL), responsável por trazer o caso à tona. A mensagem de Landau oficializou a restrição de vistos ao brasileiro.
A repercussão chegou rapidamente às instituições locais. O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) abriu sindicância para apurar a conduta do médico e comunicou que todo o trâmite ocorre sob sigilo, conforme o rito processual.
A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) publicou nota de repúdio, reforçando que manifestações que afrontem o respeito à vida e à dignidade humana são incompatíveis com os princípios da profissão.
Na esfera laboral, a Recife Day Clinic anunciou no sábado (13) o desligamento definitivo do profissional, citando compromisso com ética médica, respeito à vida e acolhimento.
Já a Unimed III Recife informou que o caso será analisado em reunião extraordinária do Conselho de Administração, por se tratar de uma cooperativa com regras próprias para deliberações.
No domingo (14), Ricardo Barbosa divulgou uma manifestação em que classifica o comentário como “infeliz” e “fora de contexto”.
Ele pediu desculpas à família de Charles Kirk e alegou que o conteúdo circulou com “montagens e sobreposições” que distorceriam a publicação original.
Nas mesmas declarações, disse que sua família — esposa e irmãos — vem recebendo ameaças, inclusive de morte, e que prints teriam sido reunidos para denúncia às autoridades.
Charles Kirk, 31 anos, foi morto com um tiro no pescoço enquanto discursava em um evento na Universidade de Utah Valley. Deixa esposa e dois filhos.
Um suspeito, Tyler Robinson, 22 anos, foi preso. Segundo o FBI, munições recolhidas com a arma do crime traziam inscrições com ofensas e referências à resistência antifascista, como “Bella ciao”.
Em currículo público, Barbosa informa graduação em Medicina pela UFPE, residência em Neurocirurgia no Hospital da Restauração (maior hospital público do Recife) e treinamentos cirúrgicos na Dinamarca.
Ele declara atuação no próprio Hospital da Restauração e no Hospital Unimed III, no Centro do Recife — unidade que, conforme nota, avaliará medidas cabíveis à luz da legislação e das normas internas.
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