Um vídeo de podcast acendeu um debate jurídico e político nas redes. Durante o Redcast, o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) defendeu dividir o país em dois blocos — “Brasil do Norte” e “Brasil do Sul”.
A fala foi recebida como apologia ao separatismo por usuários e especialistas, que lembraram que a Constituição veda esse tipo de proposta e que incitar fracionamento do território pode configurar crime.
Bilynskyj, 38 anos, é delegado da Polícia Civil de SP em licença para exercer o mandato. Documentos internos citados pela imprensa mostram que a corporação aguarda, há três anos, a demissão do parlamentar.
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Um relatório sigiloso da Polícia Civil relata que ele respondeu a mais de 12 procedimentos disciplinares desde o estágio probatório (2012), recebendo advertências e suspensões.
Em um dos episódios, a corporação registrou manobra brusca com viatura seguida de colisão em carro particular, o que embasou o pedido de não confirmação na carreira. Atualmente, ele responde a três processos disciplinares.
No Redcast da quinta-feira (18/9), o deputado usou a discussão sobre representação no Senado para propor a cisão: Norte e Nordeste formariam o “Brasil do Norte”; Centro-Oeste, Sudeste e Sul, o “Brasil do Sul”.
Diante da reação do apresentador — que classificou a ideia como separatismo —, Bilynskyj questionou “qual o problema” e afirmou que países menores seriam mais democráticos, associando extensão territorial a risco de ditadura.
O parlamentar também atribuiu preferência eleitoral uniforme às regiões, dizendo que o “Norte vota em Lula” e o “Sul vota em Bolsonaro”.
O recorte, além de simplificador, contém erro factual: no Norte, Bolsonaro teve 51,03% no 2º turno de 2022, contra 48,97% de Lula. A fala foi apontada por críticos como deturpação do quadro eleitoral e uso político de divisões regionais.
A trajetória funcional do deputado tem polêmicas anteriores. Em postagem de divulgação de um cursinho onde lecionava, um vídeo mostrava homens negros conduzindo uma mulher a um quarto, com insinuação de abuso.
O texto que acompanhava o material fazia troça com “falta de retaguarda” e concluía com “a situação fica preta!”. O Ministério Público de SP requisitou inquérito por apologia ao estupro e racismo. O caso resultou em acordo de não persecução penal, já cumprido pelo policial licenciado e dois representantes do curso.
Nas redes, a reação à proposta de cisão foi imediata. Perfis de juristas e coletivos cívicos ressaltaram que defender a integridade nacional é cláusula pétrea, e que declarações públicas sugerindo desmembramento do território podem ultrapassar o limite da liberdade de expressão.
A polêmica, agora, pressiona dois flancos: o Conselho de Ética da Câmara, por conta da fala, e a Polícia Civil, que segue com processos disciplinares em andamento.
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