Psicologia e Comportamento

Você não precisa ficar convencendo as pessoas de que você merece ser amado

Texto de Marcel Camargo

Inúmeros colegas com quem convivi, ao longo de minha vida, romperam com quem parecia ser o amor de suas vidas e sobreviveram. Todos, de início, sofreram horrores e pensaram que não iriam conseguir suportar, mas suportaram. E se reergueram e amaram de novo. Alguns estão juntos até hoje, outros ainda procuram pelo amor certo.

Eu não consigo entender direito por que razão muitas pessoas confundem sentimento amoroso com costume, com apego. A gente deveria ter certeza absoluta a respeito do que tem que ficar junto porque faz um bem danado e do que tem que ficar para trás. Os sentimentos deveriam receber o discernimento que possuímos em relação ao espaço de nossas casas, pois a maioria de nós consegue identificar quais objetos são apenas entulhos, mas não consegue fazer o mesmo em relação às pessoas.

Se uma poltrona, por exemplo, não combina mais com a nova disposição de móveis da casa, a gente se livra dela. Se há mofo nas paredes, a gente manda pintar. Se o médico nos alerta sobre nossa pressão alta, tiramos o sal da dieta. Mesmo que seja difícil, a gente acaba fazendo. No entanto, quando se trata de relacionamentos afetivos, parece uma complicação tremenda lidar com aquilo racionalmente, enxergando a porcaria afetiva que a pessoa está trazendo para nossas vidas.

Creio que isso se deva ao fato de que, quando há pessoas envolvidas, os sentimentos ficam mais fortes, tão fortes que se embaralham aqui dentro. E a gente mistura tudo, ficando difícil distinguir os excessos que devem ser acalmados, os vazios que devem ser preenchidos, o que ainda tem jeito e o que não tem mais. A gente percebe claramente o objeto que está atrapalhando o nosso caminho, porém, quando se trata de um obstáculo sentimental, tudo parece hesitante.

Uma coisa é certa: é preciso fluidez. Tudo precisa fluir naturalmente, sem entraves, sem embaço, sem dúvidas de quaisquer tipos. Os sentimentos precisam de ida e volta, de contrapartida, de reciprocidade. Não dá para ficar insistindo, lembrando o outro de que nós existimos, de que estamos ali. É humilhante demais alguém ter que ficar provando que merece ser amado. Se não há retorno afetivo, então o que restou, sem dúvida, foi somente apego. E apego ruim, apego sem razão, sem necessidade, sem autoestima envolvida. Liberte-se disso. Para ontem.

Revista Pazes

Uma revista a todos aqueles que acreditam que a verdadeira paz é plural. Àqueles que desejam Pazes!

Recent Posts

Atriz de Como Treinar o Seu Dragão revela nova amputação e desabafa pela 1ª vez sobre o que viveu após lançamento do filme

Ruth Codd virou um rosto conhecido primeiro entre fãs de terror da Netflix e, mais…

1 dia ago

Acaba de entrar na Netflix: filme de ação com Mel Gibson que está deixando todo mundo vidrado

De vez em quando, a Netflix resgata um título que, fora do streaming, passou quase…

1 dia ago

Lembra dele? O ator que foi cancelado por Hollywood e decidiu trocar a indústria por um propósito espiritual

Antes de virar “queridinho” de sites cristãos e alvo de críticas em colunas progressistas, Kirk…

2 dias ago

Nova minissérie de 8 episódios com Jude Law viraliza na Netflix e deixa gigantes para trás no top global!

À primeira vista, dá para achar que Black Rabbit é “só” mais um thriller criminal…

4 dias ago