Por Rogério Fernandes Lemes
Cento e sessenta e cinco anos depois Herman Melville continua entre nós. Sua genial obra, Moby Dick, é atualíssima e tem algo a nos dizer. A aventura é muito mais do que uma narrativa despretensiosa de uma perseguição ao grande cachalote branco. O romance retrata a jornada humana.
Por abordar temas universais, Melville situa-se entre os clássicos da literatura norte-americana. É certo que, por algum tempo, a obra passou despercebida até seu merecido reconhecimento. Destacamos três personagens: Ishmael, o narrador; Ahab, o lunático capitão; e, Queequeg, o canibal. Ishmael parte em busca de aventura nos sete mares narrando as glórias e os infortúnios de uma tripulação que mistifica seu capitão, totalmente tomado pelo ódio e que amarga não apenas a mutilação de seu corpo, mas de sua alma.
Essa obsessão de Ahab está muito além de uma simples vingança contra o cachalote branco. O capitão demonstra outra grande fera, da compleição humana, o orgulho. O companheiro de Ishmael é Queequeg, um príncipe canibal de uma tribo polinésia, que é a personificação da barbárie e da selvageria, traços estes, contrastantes com a docilidade e astúcia do pagão.
O poderoso cachalote branco, que mais parece um demônio a um animal, representa a força da natureza que o ser humano luta, incansavelmente, para dominá-la. É no mar que essa luta acontece. A vastidão e a solidão dos sete mares são elementos perfeitos deste cenário que Melville utiliza para demonstrar as batalhas diárias de cada um de nós.
Alguns marinheiros queriam apenas encher seus barris de espermacete e voltar para casa, para suas famílias e viverem tranquilamente suas vidas. Mas a admiração pelo capitão Ahab os levaria para uma armadilha mortal. Mesmo com os barris transbordando do precioso óleo, algo ultrapassa os limites sensatez cegando-os completamente.
Moby Dick é a história de cada ser humano lutando contra seu próprio destino. No mar da vida navegamos por águas desconhecidas; enfrentamos tempestades terríveis; vivemos momentos de total solidão em meio à vastidão do existir e convivemos com a sensação de incompletude, como se matar o grande cachalote fosse a solução para nossa finitude.
Talvez o grande desafio, mais do que sonhar e lançar-se ao mar, seja percebermos o momento de voltarmos, vivos, para casa.
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