Pouca gente reparou, mas um título forte sobre o 11 de Setembro acaba de voltar ao catálogo: World Trade Center (2006), dirigido por Oliver Stone, chegou discretamente à Netflix no fim de julho. Lançado cinco anos após os atentados, o filme escolheu focar em sobrevivência, não em geopolítica—e é isso que torna a experiência tão imediata hoje.
Logo na abertura, conhecemos o sargento John McLoughlin (Nicolas Cage) e o novato Will Jimeno (Michael Peña), dois policiais da Autoridade Portuária que deixam a base de Jersey City rumo a Manhattan depois de ouvir que um avião atingiu a torre norte.
Stone evita imagens de impacto e acompanha a dupla até o momento em que o prédio desaba sobre eles. A partir daí, a narrativa se concentra nos escombros: concreto prensando pernas, poeira queimando os pulmões e longos silêncios interrompidos pelo som de metal rangendo.
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Enquanto isso, o roteiro intercala pequenas cenas das famílias. Donna McLoughlin (Maria Bello) tenta manter a sanidade entre ligações truncadas e notícias confusas; Allison Jimeno (Maggie Gyllenhaal) lida com a gravidez avançada e o medo do pior.
Esses recortes domésticos devolvem dimensão humana ao desastre sem recorrer a melodrama barato.
O terceiro eixo da trama apresenta Dave Karnes, ex‑fuzileiro vivido por Michael Shannon. Vestindo o antigo uniforme, ele atravessa a ponte vazio de trânsito, entra na Zona Zero sem autorização e acaba sendo decisivo para localizar as vozes de McLoughlin e Jimeno.
A presença de Karnes funciona como lembrete de que, em dias extremos, iniciativas individuais podem salvar vidas antes que qualquer protocolo oficial se organize.
Visualmente, a fotografia de Seamus McGarvey opta por tons acinzentados e uso constante de câmera trêmula nos corredores de entulho, o que reforça a claustrofobia.
Já a trilha de Craig Armstrong aparece em momentos pontuais—quase sempre quando um feixe de luz atravessa as fendas, sinalizando que ajuda está a poucos metros.
Por que vale revisitar agora? Primeiro, porque Cage entrega uma performance contida, diferente de seus papéis mais extravagantes. Segundo, porque o filme registra um ponto de vista raramente explorado: o de quem sobreviveu soterrado durante 22 horas sem saber se o mundo lá fora continuava de pé.
E, finalmente, porque lembra que, além dos grandes números e manchetes, a tragédia de 2001 foi feita de histórias individuais — algumas das quais ainda ecoam em quem estiver disposto a escutar.
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