Uma simples noite de sexta-feira, um gole de Cabernet Sauvignon e uma ardência incomum na garganta mudaram o rumo da vida de Rogério Martins*, empresário de 50 anos que vive em Florianópolis (SC).
Ao contrário do habitual calor suave do álcool, ele sentiu algo parecido com agulhadas bem no “fundinho” do esôfago. Minutos depois, percebeu pontos de sangue ao tossir — sinal que, segundo ele, nunca havia aparecido, mesmo nos churrascos regados a vinho que fazia há anos.
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O susto levou Rogério ao pronto-atendimento, onde exames iniciais descartaram infecções respiratórias. O clínico aconselhou uma endoscopia “o quanto antes” para checar possíveis lesões internas.
Três dias depois, o laudo trouxe uma notícia devastadora: havia uma massa de quatro centímetros na junção entre esôfago e estômago, região conhecida pelos gastroenterologistas como cárdia.
A biópsia confirmou adenocarcinoma em estágio avançado, com infiltração nos gânglios linfáticos.
A partir daí, a rotina virou sequência de consultas, tomografias e discussões com cirurgião oncológico. De acordo com a equipe do Hospital Celso Ramos, o tumor já inviabiliza cirurgia curativa porque atinge vasos que irrigam o fígado.
O tratamento indicado é quimiorradioterapia paliativa para ganhar tempo e aliviar sintomas como disfagia (dificuldade de engolir) e dor retroesternal.
O oncologista clínico Gustavo Roldão, que não participa do caso, explica que câncer de esôfago costuma dar poucos avisos precoces: “Quando queimação ou engasgos aparecem, a doença geralmente já ocupou boa parte do órgão.
Sangramento evidente, como no caso do paciente, acende alerta vermelho”. Entre os fatores de risco, ele cita tabagismo prolongado, consumo frequente de bebidas alcoólicas — especialmente destilados — e refluxo não tratado, condição que Rogério disse “soportar há tempos com antiácido de farmácia”.
Curiosamente, o vinho ajudou a denunciar o problema. A bebida ácida pode irritar mucosas fragilizadas, provocando microfissuras que sangram. “Se o prego da construção transpassa só um centímetro, o dano já é grande; com a mucosa esofágica ocorre algo semelhante”, compara a gastroenterologista Camila Bergmann.
Ela ressalta que sentir ardor incomum ao ingerir líquidos quentes ou alcoólicos exige avaliação médica, mesmo sem sangramento visível.
A família agora corre para adequar a alimentação do empresário: pastas nutritivas, sopas batidas e suplementos ricos em proteína entram no cardápio para impedir perda rápida de peso. Rogério começou o primeiro ciclo de quimioterapia na última quarta-feira e, segundo boletim do hospital, tolerou bem a medicação inicial.
Especialistas reforçam que endoscopia preventiva aos 40 anos — ou antes, em quem tem histórico de refluxo crônico — pode flagrar lesões pré-cancerígenas. “Geralmente, o exame leva dez minutos e salva décadas de vida”, enfatiza Roldão.
*Nome alterado a pedido da família.
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