Psicologia e Comportamento

Amar para crescer, não para preencher o vazio da minha solidão

Texto do site A Mente é Maravilhosa
>>>>Por Valéria Amado
A solidão não é uma maldição nem uma condenação para a alma. Há aqueles que veem este estado como um suplício ou como um fracasso pessoal, e o desespero pode inclusive fazer com que muitos procurem qualquer pessoa, qualquer parceiro para preencher o vazio ou medo existencial apesar do amor não ser sincero.

Toda relação que busca, antes de tudo, cobrir o vazio da solidão estará baseada em um afeto imaturo, dependente e tóxico, onde são vulneradas as liberdades, direitos e o crescimento pessoal de cada um.

A solidão é uma dimensão com a qual temos que aprender desde muito pequenos e que, por sua vez, todo pai ou educador deve fomentar e esclarecer.
Não se deve entender a solidão como uma “rejeição social”. Trata-se, basicamente, de um valor através do qual podemos aprender a sermos nós mesmos, a aceitar-nos, a nos conectarmos com as nossas emoções e sentimentos evitando por sua vez a dependência dos outros. No entanto, sabemos que nem sempre é fácil fazer isso.

A sutil sabedoria da solidão

A sabedoria da solidão não se aprende de um dia para outro. Entende-se desde a infância, conecta-se com ela já desde esses primeiros momentos em que buscamos os nossos cantos particulares para pensar, para observar o mundo à distância tentando entendê-lo melhor.

Aqueles pais que fomentam a superproteção estão cultivando na mente da criança o medo da solidão e vínculos baseados no medo do abandono.

Isto, sem dúvida, é algo que devemos evitar. A maturidade emocional é promovida desde a mais tenra infância, visto que toda criança que é capaz de aprender a avançar com valentia e enfrentar a incerteza será, no dia de amanhã, um adulto maduro que aprendeu com a sabedoria da solidão.

A obsessiva necessidade de sentir-se amado

Quem evita a solidão buscando somente a necessidade de sentir-se amado manifesta um apego prejudicial com o qual se sentir reconhecido e valorizado, submetendo-se às correntes da submissão.

Com certeza você já encontrou este tipo de personalidade em alguma ocasião. São pessoas capazes de emendar uma relação depois da outra, colecionando fracassos sem parar um momento para analisar a autêntica realidade do problema:

– São pessoas com uma baixa autoestima que quase nunca chegam a reconhecer. Só sentem o “vazio”, uma angústia vital que lhes faz temer a solidão de uma forma exagerada. Para eles, a palavra “solidão” é sinônimo de fracasso e de abandono.

–No momento em que iniciam uma relação e preenchem esse abismo da solidão, tornam-se exigentes e egoístas. São pessoas com muitas necessidades pessoais, com medos, com ansiedades e que procuram continuamente sentirem-se reconhecidas.

– Poucas vezes são capazes de oferecer uma felicidade autêntica a quem eles têm ao seu lado. Como fazê-lo? O medo de serem abandonados e sentirem de novo as garras da solidão é para eles uma obsessão, uma fobia, e empregariam qualquer estratégia para evitar que isto ocorra. Daí que seja frequente que apliquem a manipulação emocional, a chantagem, o vitimismo… Tenha isso sempre em conta.

Aprender com a minha solidão para saber amá-lo melhor

Não entenda a solidão como uma rejeição. É um espaço para aprender a se amar, para conectar-se consigo mesmo e, por sua vez, conectar-se melhor com aqueles que você ama.

Costuma-se dizer que todos aqueles que desenvolvem um pânico particular diante da dimensão da solidão transformam esse medo em uma “autofobia”, quer dizer, no medo de si próprio.

Medo de se encontrar com os próprios pensamentos, com a essência do que se é. É aí que estão os verdadeiros “fantasmas pessoais”. No entanto, nunca é tarde para estabelecer novas estratégias e afastar estas sombras de ansiedades e medos.

Anote o que sempre deveríamos fazer:

1. Aprenda a desfrutar os seus momentos de solidão da mesmo forma como você desfruta a companhia de outros.

2. Conceba, entenda e aceite que a solidão não é ruim, deixe de lado essa concepção tão comum de que a “solidão é isolamento social ou rejeição”.

3. Na solidão encontram-se todas as perguntas que você deveria se fazer todo dia para se entender melhor. Também encontrará as respostas se souber se escutar. Não é difícil.

4. Estabeleça novos hábitos na sua vida onde possa entender e desfrutar melhor a solidão. Passeie, escute música, escreva, tome consciência do “aqui e agora”.

5. Se você aprende a se entender, a se escutar e se conectar com você mesmo nesses instantes de solidão, você aprenderá também a amar melhor aos outros.

A solidão é um valor que todos deveríamos aprender. No fim das contas, todos chegamos a este mundo sozinhos e nos vamos da mesma maneira, mas o que sempre nos envolve, o que sempre fica, é o amor.

Revista Pazes

Uma revista a todos aqueles que acreditam que a verdadeira paz é plural. Àqueles que desejam Pazes!

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