A PRENDA
O menino
recebeu a dádiva.
Era o seu dia, assim disseram.
Estranhou:
os outros dias não eram seus?
Se achegou.
Espreitou.
A oferenda,
era coisa nenhuma
que nem parecia existir.
– O que é isso?, perguntou.
– É uma prenda, responderam.
Que prenda poderia ser
se tinha forma de nada.
– Abre.
Abrir como
se não tinha fora nem dentro?
– Prova.
Como provar
o que não tem onde se pegar?
Olhou melhor.
Fixou não a prenda,
mas os olhos de quem a dava.
Foi, então:
o que era nada
lhe pareceu tudo.
Grato,
retribuiu com palavra e beijo.
O que lhe ofereciam
era a divina graça do inventar.
Um talento
para não ter nada.
Mas um dom
para ser tudo.
No livro “Vagas e Lumes“, págs. 105 e 106
Tem dia em que a gente só quer ligar a TV, colocar a Netflix e…
Ruth Codd virou um rosto conhecido primeiro entre fãs de terror da Netflix e, mais…
De vez em quando, a Netflix resgata um título que, fora do streaming, passou quase…
Antes de virar “queridinho” de sites cristãos e alvo de críticas em colunas progressistas, Kirk…
Quem olha para Grimes só como “a ex de Elon Musk” perde de vista o…
À primeira vista, dá para achar que Black Rabbit é “só” mais um thriller criminal…