As pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico de sorte chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chova ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
Os ninguéns: os filhos de ninguém, os dono de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não são embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
Eduardo Galeano
Foto de capa:Sudan © Paul Jeffrey
Tem filme que dá susto, tem filme que dá vontade de pausar pra respirar… e…
Tem filme de sobrevivência que usa a natureza só como pano de fundo. O Cânion…
Tem gente que entra em pânico quando o celular cai pra 1%. Oxygen pega essa…
Tem filme que usa o frio como “cenário bonito”. Vingança Abaixo de Zero vai por…
A internet trouxe praticidade, economia de tempo e acesso a uma infinidade de produtos com…
Descubra como a dirofilariose afeta o organismo dos cães, quais sinais exigem atenção imediata e…